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terça-feira, 1 de outubro de 2019

Do que nos é permitido



Foi, então, entre margens avermelhadas que me perdi em tantas questões quanto sonhos, vagando em círculos. Círculos! Onde toda potência está contida, onde habita toda força, toda energia, todo princípio de movimento.
Mas, ainda que imersa em um círculo de pensamentos eu estava estanque, refletida em algumas daquelas entrelinhas. Desejando algumas das linhas.
E ainda me era permitido sentir? Depois de tantos ecos, espelhos, vãos, versos soltos, planos de papel, muros intransponíveis, desistências, murros em ponta de faca, saudades infinitas afogadas em travesseiros, silêncios ou lágrimas, o cansaço me abate só porque me acostumei à morosidade do não-agir, num desperdício de vida.
Fiz-me, ousada, parte do que li, parte da coragem e muito da transgressão: se me cabem as rédeas e regras do que chamo de vida, cabe a mim também o querer, o mudar, o arriscar, o viver.
Talvez, foram necessárias margens vermelhas e quentes que me queimaram e inquietaram por algumas horas para que eu bebesse do entendimento: a liberdade do ser consiste em saber que tudo nos é permitido, só basta coragem e entrega.


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