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sábado, 12 de outubro de 2019

Virtuos-idade



*** Poesia escrita para o espetáculo Zayin, do Studio Tablado Árabe Nabak, para a turma de Flamenco da professora Gisele Horta ***


Dos tempos tão passados, tão remotos
Em que a lua parecia não encher,
Listaram em poema descritivo
Todas as virtudes que os homens deviam ter.
Para nós, corpos que dançam,
A música por si só nos inspira.
O Flamengo nos inebria 
E independente do tempo
Estamos em nossa virtuosa idade:
A de bailar e viver,
A de encantar e crescer.
E imersos na Batalha das Almas,
Buscamos nossa melhor forma de ser.
Há de se ter DILIGÊNCIA,
Vencer o cansaço e a preguiça.
Abrir nossas asas ao vento
Ser livres como cotovias.
Também há se ter PACIÊNCIA,
Sermos serenos, calmos, pacíficos,
Afastarmo-nos da ira e inveja,
Recobrirmo-nos de BONDADE
Sabermos sentir o som, o amor, o afeto.
Há de termos TEMPERANÇA,
Buscar a justiça e a verdade,
Intensidades, profundidades,
Sermos puros como a CASTIDADE
Dispostos ao sacrifício, à doação,
Ao exercício da CARIDADE,
Entregando-nos à nossa arte.
E, ao fim, vitoriosos, sermos modestos
Emanando HUMILDADE, defeitos de vaidades
Abandonando as glórias, virtuosos.
Corpos dançantes, bailantes...
De alma leve e feliz,
Entregues à dádiva do corpo:
O prazer de quem dança.
De quem se reconhece na estrada,
De passado forasteiro,
De zorongos, giros e sapateios.

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