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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Desalento



Ai de mim que lhe digo adeus.
Ai de mim que abandono o peito seu,
Logo agora que desejei não ser mais andante,
Que planejei fixar as raízes,
Cuidar de todo e cada canto que chamei de meu.
Ai de mim que me quis aldeia,
Casa sua ao mesmo tempo que se faria a minha.
Logo eu que não percebi sua chegada,
Logo eu que era mais feliz com seu bom dia.
Ai de mim que desfaço sentimentos
Só por não saber medidas,
Só por não compreender conceitos,
Só por não saber querer
E me afogar em teorias.
(Invenções vãs, confabulações)
Ai de mim que verei seus olhos em toda noite,
Mas, que achei melhor o silêncio,
A partida,
O abandono dos seus e meus escritos.
Que perdi livros e me perdi
E, na ausência dos saberes,
Também o perdi.
Ai de mim que já desconheço sua voz,
Mas, decorei seu cheiro.
Ai de mim que ainda quero
E não sou mais vista.



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