Canta odes de prazer e regozijo.
Canta em vozes altas
Até mesmo o que já foi sussurrado.
É o que lhe sobra: lembrança.
Daquela travessia lenta
Da larga anca,
Dos seus passeios noturnos,
Entremeio a rios e cavernas,
Montanhas e vales.
E lhe vale outra lembrança:
A do descanso puro,
Dos largos ombros-abrigo,
Do peito-leito em que o amor repousou
Exausto, estanque, extasiado.
Canta seus versos de sem-fim
Canta a promessa de um dia vir
De ser mais do que o tempo foi
De ser breve e eterno
E espera o saber,
O separar mito e história,
O fazer e o querer.
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