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Tá certo!
Cansei de fazer jogo duro, de esconder as verdades: eu confesso!
C-O-N-F-E-S-S-O!
Não sou
essa boa moça que fica sorrindo nas fotos dos álbuns espalhados nos murais das
redes sociais. Não sou um modelo de mulher perfeita: nem comportal, nem fisicamente!
Muitas
vezes eu tento, mas nem sempre sou politicamente correta! Não chuto cachorro
morto, não roubo pirulito de criancinha, mas sim! Roubo brigadeiros antes dos
parabéns em TODAS as festinhas que vou!
Não eu não
gosto das regras da sociedade. Acho que são chatas, limitadoras e sempre que
posso quebro todos os protocolos, mas um dia me ensinaram que “manda quem pode,
obedece quem tem juízo” e de vez em quando, mesmo seguindo a linha
“rebeldezinha” eu tenho que me render, confesso que não gosto, mas me rendo.
Sim, eu
ajo por impulso! Saio correndo pro mar, de roupa e tudo e jogo o sapato e a
bolsa na areia da praia – e quem já foi à praia comigo sabe que não importa se
são dez da manhã, quatro da tarde, sete da noite ou cinco da madrugada: entro
no mar nem que seja só pra molhar os pés.
Ah, também
falo o que eu penso! Crime terrível nos dias de “política da boa vizinhança”
comigo se a vizinhança é boa, não precisa de política! Ta, preciso de
diplomacia, mas fujo dela! Por que não dizer o que penso? Por que esconder meus
sentimentos? Ah, não. Verdade seja dita: e eu digo. Pode doer, eu sei, mas
depois passa.
É eu erro
sim. Muitas vezes, e é ruim demais. Detesto estar errada! Mas também não acho
que seja a dona da razão ou da verdade, mas é que defendo os meus pontos de
vistas com unhas, dentes e paixão.
Cair em
erro é cruel pra nós mesmos. Demoro a me perdoar. Se eu faço uma escolha errada
choro, me descabelo e esse drama dura uns 15 minutos no máximo e não me
arrependo. Não consegui aprender a me arrepender ainda. Acho que não tive tempo
pra isso.
Acredito
que erro por descuido ou displicência... algumas vezes por inocência, por
acreditar na boa-fé dos outros, por achar que todo mundo exercita os mesmos
valores que eu. Mas já errei por maldade, pra enganar alguém – por bons
motivos, eu acho – mas que não deixaram de ser maldades: desviar um caminho,
não entregar um livro pra ter que ir leva-lo pessoalmente no outro dia, essas
maldadezinhas que “acontecem”. Maldade grande acho que nunca fiz. Não consciente.
Até sei o
que é certo e o que é errado, mas sempre questiono esses parâmetros, porque na
maioria das vezes o que me parece errado tem um gostinho bom: não é certo matar
aula, mas quando está com seus amigos tomando um banho de chuva na linha de
trem e se tem 14 anos isso é ótimo! Também não é bom atrasar suas leituras
obrigatórias, mas quando é pra se assistir a um filme que vai entrar em cartaz
vale a pena. Tem umas coisas erradas que eu adoro: por a mão pra fora do carro
na estrada; pegar carona na internet sem fio do vizinho que não usa senha e que
a velocidade é beeem maior que a sua, essas coisinhas que não são certas, não
estão na listinha do ‘politicamente correta’, mas que eu gosto. E faço de vez
em quando.
Eu gosto
das palavras. Das palavras cruas, sem muitos arranjos. Gosto da maneira como
elas me mostram e mostram o que sinto. E de como outras pessoas se acham nessas
palavras que se fazem minhas.
Gosto de
sentir o gosto delas saindo pela boca e
entrando pelos ouvidos até chegar aos corações e toca-los.
Gosto de
como elas conseguem nos expor até nossos limites, de como arrancam lágrimas e
sorrisos. Gosto de como elas podem ser ao mesmo tempo céu e inferno, alívio e
agonia, salvação e perdição. Essa é a mágica das palavras. E não há palavra
mágica. Todas elas são mágicas. Reveladoras. Esclarecedoras, ou não. Podem ser
esconderijos, mascarar segredos e desejos, mas são sempre encantadoras e por
isso exercem em mim tanto fascínio.
É... não
um bom exemplo: ando na chuva, corro descalça, bebo refrigerante, não frequento
academia e prometo que vou caminhar na praia todos os dias e nunca vou. Também
conto mentirinhas: digo que está tudo bem quando não está, sorrio com vontade
de chorar, e vou dormir na alta madrugada.
Não sou
mesmo um bom exemplo, mas também nunca quis sê-lo. Só quero mesmo é ser feliz.
E se assim está bom, que fique assim.
Vou ali
ser mais feliz e volto amanhã, se eu me lembrar o caminho...