Assombra-me a paisagem.
A falta que algo me faz,
Ainda que não saiba o quê,
Ainda que nunca o tenha tido.
Assombram-me as fendas que se abrem
Em meu peito fecundo
E pouco ou nada brota
Porque essa falta não deixa.
Assombram-me os arroios
Que me escorrem pelo rosto
E molham seu nome em meus lábios
Porque o quero sem saber como.
Assombra-me esse desejo
Que vem não sei de onde
E faz em mim morada
E toma-me de assalto e desnorteia.
Assombra-me a falta do saber,
A ave vespertina do querer-bem,
Meu passo dado em sua direção,
O não saber se me acolherá entre suas mãos.
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