Visitas da Dy

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Coreografia




Dói-me o cotidiano,
As revoluções não feitas,
Os irmãos que lutam e caem
Em doação pela causa.
Dói-me a solidão de estrelas e de versos,
Sua poesia que me falta,
Sua voz que não ouço.
Dói-me o corpo cansado,
Exausto do dia a dia,
Da jornada longa e pesada.
Mas, se há um consolo, seu nome é dança
Onde sou maior que o mundo
Onde sou dona do sorriso de Monalisa,
Onde leio sua mão e seus pensamentos
E promovo encantamentos:
Prendo seus olhos,
Aguço seus desejos
E chamo suas mãos.
Não há outro momento tão mágico
Quanto aquele em que o corpo se liberta
Ondula, gira, vibra, se equilibra
E flui:
O universo se desenha em uma coreografia

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