Não me importa onde o vento faz a curva,
Onde paralelas se cruzam,
Nem porque os sinos dobram.
A mim, a dúvida castiga
E só pelos seus lábios me chegaria a paz
Se por palavra dita ou beijo desferido,
Pouco importa afinal.
Mas, são eles, seus lábios atraentes
Que me prendem a atenção,
Atentam o juízo,
Atormentam.
Dá-me, segundo seu desejo,
Um tanto de sossego e compaixão:
Diga-me a que veio e vá embora
Ou beija-me a boca, os seios, a têmpora
E me faça coisa sua
Que a mim caberão horas de lamento ou prazer
Noites acompanhas ou de solidão,
Mas só seus lábios me contentarão.
Diga-me a que veio
E acalma meu coração
Dê-me sua verdade
Que farei dela uma canção.
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