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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Tormenta



Versos riscam o papel,
Abandonam a caneta, insolentes,
Como os raios descem do céu,
Como se me partissem ao meio,
Como se fossem meus próprios fragmentos.
Mergulho em uma tormenta
(Como se fosse possível)
De uma forma tão suave quanto violenta
E lá estou às voltas com minhas questões
Com meus eus, meus ais, meus vãos
E cá estou, entrementes, um tanto perdida,
Um tanto envolvida, um tanto estremecia.
Há o direito de se perder em sentimentos?
Há o direito de se sentir?
Há o direito à dúvida e ao porvir?
Há um silêncio, um suspiro,
Uma morosidade dos sentidos.
Há uma vontade inquietante 
(de tormenta) 
Que me alimenta e mima
E eu sei dos perigos do abismo
E ainda assim ouso querer me jogar.

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