O que mais posso fazer eu com o papel,
Branca possibilidade soturna,
Quando encontro-me só, envolta em breu?
Não atrevi-me às preces noturnas
Fiz silêncio: asas dos sentimentos
E aqueci-me com meu próprio fogo.
Ainda assim, faltaram-me acalentos.
Parte de mim fazia um rogo:
Compreender o todo, redesenhar o infinito
Aceitar a fortuna, a escolha, a sorte.
Lembrar-me do pedido há muito escrito:
Haveria de ser de ternuras e forte
De ações rápidas e aconchego
Haveria de ser real e em tempo certo
De semear o caos e trazer sossego,
De ser como é o oásis para o deserto.
E eis que me encontro em paz e atordoada.
Eis que quero e não sei o atalho...
Sinto-me livre e acossada,
Com arrepios de orvalho.
Sinto que sou um terremoto.
Sinto que me perco em paradoxos.
Convém abandonar o silêncio devoto?
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