Visitas da Dy

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Desventuras



Morri várias vezes: 
na borda de seu olhar, 
no seu silêncio lento, 
naquele beijo não dado, 
no despertar de seu sorriso. 
Morri todas as vezes que me teve em suas mãos 
e deixou-me escapar. 
Morri todas as vezes que tentei escapar 
e você me segurou. 
E em todas as vezes que morri, 
me perdi, me abandonei 
para me reencontrar 
e, de novo, me apaixonar. 
Ah, esse coração... 
deveria só bater, 
mas parece gostar mesmo de apanhar.

terça-feira, 28 de junho de 2016

A Dança




Ela dança. 
Os olhares se prendem nela. Sua alma empresta a leveza para o corpo e ela flutua.
Ela poderia, assim, escolher quem ela quisesse, se soubesse o tamanho de sua energia. Poderia morder os sentidos de qualquer um.
Ela poderia ser de quem lhe entendesse a mão. De qualquer um que já lhe ofereceu uma bebida ou tirou pra dançar, mas não. Ela escolheu você. 
Ela se desvia de todos os olhares para cair no seu. E, acredite, dá pra sentir daqui o toque dos olhos dela sobre sua pele, naqueles instantes em que, distraída, ela se prende em sua imagem.
Dá pra ver o brilho dos olhos dela quando as luzes se apagam e o pensamento visita seu nome.
Dá pra saber que hoje ela tem certeza de que encontrou alguém a quem seguiria até os confins.
Ela sabe que atravessou seus desertos só para ver você, mas o medo de ser uma miragem faz com que ela se paralise.
Ela dança.
Dança e sonha com os olhares que se cruzaram e pede aos céus que, um dia, os ventos a acalmem. Que lhe concedam a paz e o sono tranquilo. Que seu corpo seja o último lugar que os olhos dela pousem à noite e a primeira aparição de beleza pelas manhãs.
Ela sonha. E à sua espera, ela dança.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Extensões



Estenda-me sua mão
E darei mais um passo.
Pouco importam as curvas do caminho
Seguirei em frente se vier comigo.
Conte-me seus sonhos 
E farei coro aos seus ouvidos.
Não encerrarei seus desânimos,
Mas prometo acolhida.
Estenda-me sua melhor parte
E deixe que eu descubra oobscuro
Saberei ser luz,
Ser silêncio,
Ser encanto
Ou ficar ali em um canto
Aguardando que chegue até mim
Tudo o que me cabe.
Todas as extensões
E todas as horas que ainda conto.

domingo, 26 de junho de 2016

Resistência



Resisti. 
Resisti até o limite, buscando força nas eiras de mim. 
Resisti à luminosidade de amanhecer de seu sorriso. 
Resisti ao mistério de madrugada desses olhos profundos. 
Fiz-me silêncio para não quebrar o som de seu riso. E estendi-me sob seus pés. 
Meu erro, porém, foi ter acreditado que o tinha perto. 
Foi achar que distâncias geográficas são tudo. 
Enganei-me. 
Nossos mundos não possuíam pontes, por isso, seguirão, para sempre, intocáveis. 
Somos expectadores de nossos sentimentos. Somos a plateia vazia. 
A sombra. 
O eco. 
O vão.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Arrepios


quarta-feira, 22 de junho de 2016

Insônia


terça-feira, 21 de junho de 2016

Caminhos


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Ponto de Vista


domingo, 19 de junho de 2016

O amor (con)funde


sábado, 18 de junho de 2016

Rendição


sexta-feira, 17 de junho de 2016

Nós de nós


quinta-feira, 16 de junho de 2016

Vi-ver


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Favores


terça-feira, 14 de junho de 2016

Escriba II


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Lingua(gens)


domingo, 12 de junho de 2016

Provocações


sábado, 11 de junho de 2016

Caminhada


sexta-feira, 10 de junho de 2016

Amanhecendo





Por todos os caminhos pelos quais meus pés passaram... Por todas as mortes que vivi o luto: de sonhos, planos, pessoas, livros. Pelo último gole, o derradeiro beijo, o abraço perdido. Por todas essas e outras carrego marcas, de ranhuras a cicatrizes profundas.
Projeta, o espelho, o pouco de mim que os olhos podem ver. A outra parte cabe ao toque, ao cheiro, à suavidade e sutileza, ao silêncio, à atenção de quem para às bordas de mim, às minhas margens e tenta enxergar além da névoa que me cobre.
Desfaço-me ao toque.
Desfaço-me aos olhares.
Dentro de mim jazem histórias. Algumas empoeiradas. Tantas esquecidas. Todas as formas de romance, de aventuras, de traços e rabiscos que já ousei. Muitas ainda chegarão a essa coleção que sou eu. E, com sorte, não terei problemas em dividir com seus olhos.
E se me encontro em tempos idos, fora desse desvario dos relógios atuais, é porque busco a essência perdida nas curvas dos sentimentos que duravam. Ainda ouço ecos dos passos dados nos séculos que atravessaram o calendário.
Se não caibo nessas formas e padrões (pós)modernos não é pura questão de estilo. É, talvez, de sentimentos. Sinto. Muito. Intensa. Intensidades. E não caibo em mim. E não me contenho entre o salto (alto) e travesso e o chapéu que me emolduram de inverno a inverno.
Ouso (re)contar os fins que atravessei, mas a cada um deles reservo uma hora e despeço-me deles com o raiar do dia, quando, mais uma vez, abro-me, caixa de Pandora, para o que há de novo e de belo, de antigo e despercebido, de vontades e necessidades.
Já gostei mais de estar sozinha. Já enfeitei meus dias apenas com a minha companhia. Dulcíssima. Já fiz versos mais desprendidos. Fui de prosas longas e tristes. Também fui de cores calmas, hoje, fogo. Ardo.
Saltam-me as necessidades urgentes de perder-me na luz que vi em olhos que pouco me viram, mas que tocaram as margens de meu ser. Saltam-se as vontades de escorregar pela borda daqueles olhos. De mudar-me para os limites entre o que se sonha e o que se vê.
Impulsiona-me o desejo de mudar o endereço, a rota, a rotina. De estar aqui e ali, em paz, em mapas antigos ou atuais, pouco importa, desde que eu mude o eu por nós.
Pulsa em mim a vontade, ainda presa no peito, mas latente, viva, ardente. Desatar-me os nós com aquele olhar. Abrigar-me naqueles olhos e o chamar de lar. Extrapolar-me e ser, ter, viver. Desejos crescentes como a lua que carrego comigo.

Renovação


quinta-feira, 9 de junho de 2016

Estanque


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Trégua


terça-feira, 7 de junho de 2016

Dúvida Certa


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Pontuações


domingo, 5 de junho de 2016

Sorrisos que Iluminam


sábado, 4 de junho de 2016

Excrutio





Pega tudo o que lhe dói
E entrega em minhas mãos.
Porei fim aos seus ais.
Afaste a dúvida que corrói
Abra espaço em seu coração
Que aos poucos a vida se refaz.
Receba bem meus sorrisos-sóis
Deixa de fora toda escuridão
Erga para si mesmo a bandeira da paz.
É assim, aos poucos, que nós
Aceitamos a (im)perfeição
E o novo se faz.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dois Mundos


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Urgências diárias


quarta-feira, 1 de junho de 2016

(O) Nada Dói