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sábado, 30 de maio de 2015

Colheita


                                                               


Se eu pudesse colheria todas as palavras
Colheria as promessas
Colheria os sonhos
E tudo aquilo que nunca se realizou.
Tudo aquilo que nos encheu o coração
E só desaguou pelo rosto.
Colheria cada gota de sal
Que se fez queda em queda livre.
Colheria os brilhantes dos sorrisos desperdiçados
E remoídos entre as lágrimas que foram vertidas
A cada noite, a cada dia.
Não por piedade ou misericórdia.
Eu as colheria por capricho.
Colocaria todas em uma caixa de vidro
E iluminaria à luz de velas
Dourando as intempéries,
Forçando-as a se colorirem,
Mostrando-as que há beleza
Em tudo o que se faz sobre a terra
Até quando não parece.
Até quando desistimos.
Até quando suspiramos
E não damos conta.
Até quando pedimos a conta.




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