Visitas da Dy

terça-feira, 19 de maio de 2015

Perpétuo Socorro





Tangente ao tempo
É a luz. E o meu amor.
Corredeiras de águas cristalinas
Que escorrem, incessantes,
Por vales de desejos,
Desterros de solidões.
Em um balé de águas, luzes e tempo,
Delineia-se o meu amor
Que acontece como o pôr do sol:
Sem autorização ou pedágios,
Apenas espetáculo.
Minhas vontades percorrem seus braços,
Bebem suas águas mansas
Acalmo-me em seu seio,
Perpétuo socorro de meu corpo aflito,
Cansado de vagar e sentir frio.
Cansado das horas vazias,
Que assolam o meu dia,
Com o fantasma de sua ausência.
Sou só caminhos e pernas:
Recebe-me mãe, mulher e ninho.
Recebe-me com suas mãos postas,
Prontas para deixar meus cabelos em desalinho.
Prontas para fazer-me experimentar
A certeza incerta dos amores,
A eternidade de um segundo,
A brevidade do que é eterno.
Toma-me seu, como tomo a você:
Fonte de saciedade para minha sede
Que parece só conhecer a seca,
Embora nasça das úmidas florestas desconhecidas,
Embora cresça entre as gotas que verto
Em cada brecha de tempo,
Essa toada triste quando não a vejo
E alegre quando de sua chegada.
Que me brinde a sua boca com levezas,
Traços de quem sabe bem ser firme
E manter-se em delicadeza,
Cadenciando histórias,
Encarnando personagens
(Meus preferidos em todos os atos).
Sejamos além e mais e adiante
De todo tempo que possa ser medido ou descrito.
Sejamos feixe de luz propagado no infinito.
Sejamos água do rio que corre perene.
Sejamos amor vívido e vivido.
Sejamos embarcação e rio, inseparáveis e necessários.

Sejamos perpétuo fogo que aquece almas e une corpos.

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