Pesa-me nos olhos a luz que desconheço.
Cega-me seu brilho encantado e não encontrado.
O que trago nos seios, são gotas
De orvalho e desejo.
O que cora a (nossa) face é seu rubro lampejo
De um não sei o quê
Que lhe corre
– às veias e aos sonhos –.
O que ergue-me é o som de sua voz
Que me treme, envolve e ensurdece
Mesmo sendo silêncio,
Mesmo sendo eco,
Mesmo eu sendo (ou parecendo) louca,
Porque só lhe imagino,
Luz dos meus olhos,
Toque de meus tinos,
Rumo dos meus sinos,
Sentido de minhas catedrais.
O que ilumina-me é a luz pelos vitrais,
Enquanto tento esconder-me
Em escombros medievais.
E são vãos:
Os espaços
E o espalmar das mãos.
E sou luz inquieta que não cabe na candeia.
E sou traçado imaginado de estrada
Sob seus pés que nunca me chegam.
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