Visitas da Dy

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Desaguar



Chegar à própria foz
Atordoar-se de pensamentos,
Tantos, que calam a voz.
Tentar domar a si mesmo,
Encolher-se até caber na palma das mãos,
Só para voar ao menor sopro do vento.
Incendiar-se com o fogo natural
Dos sonhos que aninha no peito
E saber-se única em ser e sentir.
Expandir.
Dar vazão ao que se sente,
Seguir o fluxo da corrente,
Afastando-se da raiz de tudo,
Abandono completo da nascente.
Entrega livre aos afluentes:
Barco que segue sem nós,
Sem limitações, sem pressas.
Viagem sem mapas,
Direções extraviadas
Como cartas nunca enviadas.
É assim o destino do vento.
É assim o processo do auto descobrimento.





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