Há quem conte dos dias que se viveu,
Histórias, lembranças, memórias.
Tudo isso que possa parecer pouco,
Mas que marca profundo.
Há os que por honra própria escolheram as notas.
Não as sonoras,
(Desses tenho dó)
mas as promissórias,
verdes, valorosas.
Eu, do meu canto, questiono o valor.
Do cobre eu dispenso a moeda,
Aceito só a cor, do cabelo da menina,
Do sol a se por em mais uma esquina.
Dessas imagens que saltam qualquer moldura
E moldam o jeito que quero viver.
Há quem prefira a prata
Que retine no prato,
Que trancafia se no cofre.
Eu prefiro a que vem do luar,
A que mergulha no mar,
A que me embala a divagar.
Vale a pena se matar?
Duras penas não rejeito,
Faço verso, reinvento,
Mas nessa dor
(A de me matar por nada)
Não vou me afogar.
Deixa disso, companheiro!
Não vale a pena essa vida desperdiçar,
Não vale a pena só ver o tempo passar,
E achar que todos os minutos poderá contar
(Os lucros).
Eu é que sou rico, meu xará!
Contei minutos em beijos,
Cobrei juras de amor com juros
Amarrei-me com empréstimos de amantes.
Desse tempo de errantes,
Quem erra é quem só saber contabilizar.
Eu aprendi desde cedo a contar:
Mais vale um abraço,
Um toque na mão,
Do que dinheiro no bolso,
Amargando solidão.
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