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segunda-feira, 1 de julho de 2019

Dama da Noite




Exalava o cheiro do amor.
A pele macia e de veludo.
O sangue quente e fluido.
Era desesperada espera.
Eram incontáveis desejos.
A todo momento parecia ouvir a voz dele:
O amado ausente,
O bem querer distante.
E guardava para si aquele som
(Que mal sabia ser real)
Porque, chama, não conseguia mais se conter.
Porque, ausência prolongada, era inquietação.
Porque, dama da noite, perfumava e entristecia.
Ouvia o chamado, rumor distante,
E não se movia: esperava.
Sabia que o seu canto o traria.
Sabia que sua voz bastaria
Para vencer as distâncias que os separavam.
Estava certa que a noite escura e silenciosa chegaria ao fim.
Estava certa, em seu íntimo, do ritmo do tempo
E esperar não era dor.
Era preparação
Pra esta vida ou outra,
Para o mesmo amor de sempre
Ainda que os tempos fossem outros,
Porque as almas eram as mesmas.

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