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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Abantiades



Pousam sobre mim o peso maior que o de uma borboleta,
Mas causam os mesmos tremores.
São duas mãos invadindo limites,
Erguendo-me às proximidades do sol:
Estou ardendo.
Circundam minha cintura,
Bamboleio, sem deixa-las cair,
Mantenho o ritmo para que não se afastem de mim.
Sou o corpo da bailarina no ar:
Fortemente segura, delicadamente vista.
Duas mãos escorregam em meu ventre,
Seguem as rotas de minhas pernas.
Como as cachoeiras, correm num único sentido.
Perco meus sentidos. 
Sou a fonte de águas cristalinas.
Duas mãos amparam minhas águas
E me colhem e me bebem e me saciam.
Descubro que a doação é plenitude.
Sou, antes de qualquer coisa, sua.

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