Eu queria suas mãos em mim
Fazer-me caminho de seus sonhos.
Eu queria deitar em seu colo
E imaginar um futuro.
Eu queria construir planos fora do papel,
Acordar sua, nua, invadida de amor.
Eu queria que a noite fosse o que ela é:
Lua, estrelas, segredos, desvarios.
Mas, agora, a noite é metáfora sombria.
Caio em seus braços aflita.
Sua mão cala minha boca.
Temos medo dos dias sem luz.
Seu ombro é meu porto de lágrimas
Desfaço-me ali aconchegada:
Desterro minha subversão,
Não nego a luta,
Sofro por antecipação.
Eu queria acordar e ser diferente,
Mas diante das sombras bebo o temor.
Segure-me até quando der
Escorregue seus dedos em meus lábios
Colha meu silêncio abafado:
Ele será minha semente de flor.
Que, como meu amor, a existência ousou.
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