Visitas da Dy

sábado, 13 de julho de 2019

Éris




Invejo seus olhos que pousam e dormem.
Aí, ao lado de Morpheus, deve rir de mim
Pares de olhos atentos
Que se não lhe veem, imaginam
Que escorregam por suas roupas,
Que as jogam ao chão.
São olhos tão famintos quanto a boca vazia.
São olhos que lhe engolem,
Que lhe percorrem o corpo,
Que lhe pensam absurdos
E provocam a mim,
Em mim, um furor estrondoso.
Ainda lhe invado o sono.
Ainda lhe tiro o sossego.
Ainda lhe devolvo ao sono,
Típico dos cansaços de um dia inteiro.
Ainda lhe tomo esse corpo, meu desejo.
Por enquanto, só lhe vejo.
E meus olhos invejam quaisquer mãos que lhe tocam.

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