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sábado, 28 de janeiro de 2012

Cabelos de Fogo I




Há uns três ou quatro anos adotei os cabelos vermelhos, tanto que já pouco me lembro da cor “original de fábrica” que eu tinha.
Fazia parte de uma postura: ser mais radical, ser mais afirmativa, ser diferente. Digo que eu mudo por fora o que não consigo mudar por dentro. A cor dos cabelos foi uma dessas coisas.
Não é mais tão incomum encontrar pessoas que adotam o vermelho intenso como cor das madeixas e tão pouco essa adoção revela características iguais em todas as mulheres que a elegem, mas pra mim tem todo um significado.
Escolher o vermelho é mais do que escolher só uma cor, é escolher mostrar o coração, que é muito vermelho, que sangra, que bate forte, que vibra.
Não raro quando conheço pessoas ouço comentários do tipo: mulheres de cabelos vermelhos são impossíveis! São terríveis! São temíveis!
Concordo, discordando...
Eu não sou impossível: na verdade eu nem acredito que existam coisas impossíveis! Se eu acreditasse não teria feito metade do que já fiz. E se eu passar a acreditar perco a vontade de caminhar, porque sempre desanima ver obstáculos grandes à nossa frente...
Não sei se sou terrível! Acho que não sei bem em que sentido a pessoas se referem aos cabelos com esse adjetivo... será que causo mesmo terror? Acho que não... acho que assusto um pouco quem não me conhece, quem não é acostumado a ouvir respostas sinceras, a conviver com uma pessoa que bate palmas de felicidade, que ri do simples, que chora de emoção quando ouve uma canção, que não leva desaforo pra casa, que enfrenta o mundo por seus ideais.
Temível... é... aqui já dá pra concordar: se mexer comigo, com meus amigos, minha família o bicho pega! É pra temer mesmo! A briga tende a ser muito, mas muito feia. No mais, sou muuito tranqüila!
Outro dia me perguntaram o por quê do vermelho e eu disse que tinha algo a ver com meu sangue que é vermelho, quente, necessário. Depois fiquei pensando e saíram uns versos:

Cabelos de Fogo II

Cabelos vermelhos, coração vermelho
Cabelos de fogo, alma que arde
Não tenho sossego e já nem me olho no espelho
Fecho os olhos pra evitar toda essa agonia que me invade!
Não nasceram assim...
Mas ficaram, por opção, por ação.
Enquanto a vida deixava ensinamento para mim
Os cabelos viveram a trasnformação.
Já não podem mais voltar a ser escuros
Não pertencem mais ao tipo comum,
Já não se deixam prender com fitas
Adornam-se com flores.
Não sabem mais o que é a calmaria
O tempo de ilusão findou.
Agora querem voar soltos,
Ao vento se jogam como faíscas.
Querem espalhar sua cor, sua força,
Sua luz, seu furor.

Por que tenho os cabelos vermelhos? Por que escolhi essa cor? Não sei... acho que não fui eu quem a escolhi, mas ela que escolheu a mim.

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