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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mariposa




Foi de tanto olhar para os seus olhos que me perdi
Não reparava em mais nada
Só havia a sua luz por todo lugar.
Feito mariposa em noite clara, eu voava
E sempre voltava para você.
Mas os olhos se fecharam.
Se voltaram para outro lado,
Enxergaram luz onde nem vejo tanto brilho assim.
Não, nem é desdém.
É só constatação.
Agora vago pelos dias sem chão
Sem luz, sem a menor direção.
E os seus olhos continuam a brilhar,
Mas não mais pra mim.
E se se cansarem um dia?
E se quiserem de volta ver meu bailado noturno?
Volta-os para mim que vou.
Não pelo que sinto: dor de solidão,
Mas pelo que já senti: amor de perdição.

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