Quando me
canso de ser eu, passo a mão na caneta e começo a escrever. Isso tem acontecido
com bastante freqüência nos últimos meses.
Canso de
ser eu em vários momentos e a lista se transforma em situações das mais comuns.
Só pra que possam dar uma espiada, seguem alguns dos momentos em que fico
cansada de mim mesma:
Canso-me
de ser eu...
... quando
me pego lendo um livro que não faz parte da enorme lista de livros de
auto-ajuda que se tornaram sucesso de venda nos últimos anos. Quando esse livro
é considerado um clássico da literatura e quase ninguém fala mais nele.
... quando
digo que parei de beber porque não acho mais graça nenhuma em ir para um bar e
pedir um MilkMocha ou uma Piña Colada ou um Mojito, claro, sem esquecer da
minha ex-preferida: a caipiríssima, com uma boa vodka. Agora peço coisas mais
saudáveis e bem mais saborosas: suco de morango com laranja, suco de cacau –
esse é para o desespero de qualquer garçom!
... quando
penso coisas que a maioria não entende como no caso de eu achar que sair pra
dançar, pra ir numa roda de samba ou numa festa qualquer, não necessariamente queira
dizer que eu tenha que encontrar um mané e beijá-lo. Sair pra dançar pode sim
ser só sair pra dançar.
Canso de
ser eu quando à noite a minha própria companhia no quarto fica insuportável. Quando
penso e repenso nas decisões que preciso tomar e sempre privilegio o outro.
Canso de
ser eu quando percebo que valorizo sentimentos que não estão mais na ordem do
dia como a lealdade, a amizade, o respeito, a companhia e os abraços.
Também canso
de ser eu quando me pego com essa carência danada que me consome e me faz só
pensar em ganhar abraços, os melhores do mundo, que param o tempo, que acolhem
a gente.
Desses meus
momentos, de quando não dou mais conta de ser eu saem uma série de anotações, de
apontamentos, de confissões, que aos poucos vão se tornando públicas na medida
em que me permito revelar aos que me conhecem, aos que sabem o quanto eu sou de
beijos e abraços e música. Aos que permito
que leiam as minhas palavras, aos que tenho o enorme prazer de chamar de
amigos.
Hoje estou
cansada de ser eu: estou cansada de não saber qual é o meu lugar nesse mundo:
se estou no Rio sinta falta das Minas Gerais, se estou nas Minas Gerais sinto
falta do Rio, do mar...
Acho que o
jeito é me animar com um caderno novo, uma caneta e por o pé na estrada. Descobri
que é o fato de subir e descer essa serra que mais me alegra, me faz pensar, me
admirar pela natureza e saber que seja subindo ou descendo terei abraços
deliciosos me esperando!
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