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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mentiras





Não preciso que me desfaça em elogios

Suas palavras só me soam doces em certos momentos.

Depois, o que fica é um gosto amargo.

Se era pra não escrever mais, porque a promessa?

Por que a pena e o papel sobre a mesa?

Não, não faz sentido.

Não é justo, nem tão pouco honesto.

Se era pra ter partido por que a dúvida?

Por que deixou que eu tivesse a sensação de que ficaria?

Em algum momento, o que penso chegou a importar?

Se era pra não ligar por que anotou o telefone?

Gastei meu batom e os números se perderam no guardanapo...

Ah, e ainda perdi meu tempo sonhando...

Achando que seria possível,

Imaginando como seria o nosso amanhã.

Que seja! Os dias passam...

Dizem por aí que o tempo cura tudo.

Há de curar minha decepção,

Minha saudade,

Apagar meus versos,

Silenciar nossa canção, que um dia ousamos dançar juntos.

Que seja! Que caiam raios, que chovam litros!

Pouco importa agora.

Vejo a areia escorrer pela ampulheta

E só o que penso é que ninguém pode traduzir o que sinto,

Nem eu mesma!

É coração que sangra, é alma que se encolhe.

São olhos que se perdem e dias que se esvaem.

Se era pra dizer só mentiras

Podia ter-me dado só o seu silêncio...

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