Eram seus
olhos como farol que gira incansável:
Mas naquele
dia era busca, não era guia.
Passou em
brilhos e fogos de cometa,
Deslizando pelo
céu do meio-dia de minhas mãos.
Era feito de
buscas, mas eu não era o alvo do dia.
O silêncio crescia
em meu peito e invadia a rua.
Até o respirar
se amansara, murmúrios.
De certo, um
rubor me cobria,
Mas era de
prata o olhar que lhe devolvia.
Não soube eu
trocar um passo,
Era uma quase-pedra
no caminho?
Não soube eu
existir em meio a tanto espaço,
E fiz-me
sombra de planeta, eclipse.
Fiz-me a calma
que nunca tive.
Em asas, voou.
Em caminhar, corria.
Passou o som
que me estremeceu
E perdi até o
chão.
Passou o vento
que me arrepiou
E de
claridades me lançou na escuridão.
Fui eu
transformada em estátua, inerte,
Pelos olhos de
medusa impiedosa,
Pelos raios do
cometa atemporal.
Fui lançada
num labirinto de senões.
Fui devorada
por porquês e interrogações.
Fui envolvida
por histórias sem fim,
Enrolada por
novelos de pouca cor.
Em busca de um
começo e um contexto, por fim percebi
Que nem toda
história cabe em margens,
Que nem todo
verso se equilibra em pauta,
Que nem todo
livro respeita a capa.
Era eu parte
do sem nexo dos sonhos
Inconteste descontexto,
Ser vivente
sem explicações
Diante dos
paradoxos do destino.
Ali parada e o
tempo passando...
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