Tive um flash
de sonho com você.
Talvez vire
poesia,
Talvez lhe
conte quando chegar o fim do dia.
Talvez eu nem
comente, criando um silêncio, pérola minha.
Tive um flash
com você no meio da noite:
Cintilou pelo
quarto todo, quase relâmpago.
E choveu nos
meus olhos, mas não medi o tanto.
Era saudade
líquida, brisa fria.
Eram dias
fluídos, imersos em correria.
Só eu era
estanque, guardando um livro na estante
Ajeitando meu
sorriso meio tímido, escondendo-me entre títulos.
Tive um flash
na madrugada, desejo meu...
Mas não há
lâmpada que o realize:
Ainda são
poucos os desertos
E, nesse frio,
sequer tivemos nossos corpos descobertos:
Inércia,
distância, movimento, presença...
Conto mais o
que me falta do que as suas promessas.
Ainda vejo com
clareza: pouco mais de alguns minutos...
Lua míngua,
sei lá eu de sua língua?
Me sabe o
sopro do Dragão:
Ainda nem é
inverno (ele ainda demora), mas aqui já faço verão.
E você dentro
de um flash, miragem minha...
Revés de
sonho, cochilo zonzo...
Estendo a mão
em toque, palavra minha...
Lanço os
dados, desejo a sorte.
Há ainda no
que acreditar?
Visão minha,
flash que já se foi...
Corro os olhos
na noite e mordo os lábios:
Desperto do
clarão que me trouxe sua voz...
Eu que pensei
tê-la esquecido...
Foi só um
lampejo entristecido.
Busco
novamente o sono
Nas horas
quase geladas desse outono.
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