Há outras tantas coisas semelhantes à
lua
Para além das marés e suas insatisfações
(Teimosias)
Para além das grávidas e o fim das
gestações
(Calmarias)
Para além das folhas milenares dos
calendários
(Euforias)
Há um quê de fases da lua nos amores
Há a descoberta do novo,
Dos encantos e delicadezas
E tudo o mais de fase nova
Que se abre na escuridão das noites
Que pressente que crescerá
E cresce.
E é esse crescente o que mais me encanta,
Sendo, também, o que mais me espanta:
Há um apego, uma necessidade
Um querer que desconhece os limites
Que se estende para além de uma estação
Que se consolida maior que uma fase
Que se enche a ponto de quase
transbordar.
Ah, as cheias e suas sensações!
Os desejos, quimeras, construções
Os tantos castelos alicerçados tristemente
em ilusões
Extrapolados todos as eiras
Caem-se estrelas despedaçadas.
Mínguam-se as expectativas.
E, a menos que um eclipse nos salve,
Escorregaremos pelas beiras
Cairemos nós na míngua da noite,
Invejosa de antepassadas alegrias
E esperaremos, de novo, nova lua.
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