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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Banquete




Tenho garfo e faca a postos.
Tenho fome de beleza e de corpo,
De tudo o que é físico, fusão, e não:
Porque há o intangível,
O misterioso querer-bem
[(Des)Pétalas de bem-me-quer
Antecipando meus quereres]
Tenho preparada a sobremesa,
Mas posso ser eu sobre a mesa,
[Emaranhados de toalhas e pernas
Leite e mel por todos os lados]
Banquete contemporâneo
De tempos idos e vindos
[Vontades, vinhos, viços
Sons harmoniosos de gemidos de violinos]
Festa de Dionísio
Delírios de Afrodite
[Peitos que arfam e sufocam
Frio na barriga que deixa febril]
Minha carne deixo arder
Cozinhar em brasa
Degustando mais com os sentidos
Do que com os prazeres efêmeros

[Do nosso curto tempo só sobrarão as eternidades que ousamos]

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