Bebeu o breu da madrugada.
Os olhos negros misturavam-se com a noite.
Escondia seus planos nas sombras.
Sob os véus dançava.
E o infinito nunca amanhecia,
Nunca clareava,
Não se deixava ver.
Era breu.
Diante de todo escuro, tudo se definia:
O medo, a insegurança, a fragilidade.
A vontade de seguir, o inspirar
– fundo, profundo, de ar e verso –
A vontade de chorar e seu reverso.
Diante do espelho, sem choro nem vela,
(nenhuma claridade era tão ousada)
Transportava seus desejos para outra dimensão.
Conversava com o gênio da garrafa
(de rum, de vodka, de café).
Esfregava a sua lâmpada
(djin ou luz, algo haveria de sair).
(djin ou luz, algo haveria de sair).
E, escondida de si mesmo, se amedrontava:
A multidão de seus pensamentos lhe causava arrepios,
Gritavam sonetos ingleses, ensandecida!
E eram incompreensíveis e necessários.
Não eram apenas dela, eram ela!
Tateando sua loucura,
Passava os dedos pela borda do espelho sem fundo,
Sem luz, sem reflexo
E puxava o primeiro raio de sol.
Puxava o dia pelo cacho do cabelo.
Puxava suas ideias da buraco negro,
Salvando-se em constelações de novos rumos,
Fixando-se em céus de brigadeiro,
De coloridos boreais,
De ontens não vividos,
De amanhãs não pensados,
De promessas para não serem cumpridas,
Infinitas. Infinitos.
Miríades.
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