Como a chama da vela, todas as noites,
Meu peito ardia.
O silêncio notívago,
Soava para meus ouvidos como melodia.
Calmos como o azul que passou por tempestades,
Meus suspiros se escondem detrás da cortina.
Alguns lilases me tranquilizam,
Outros me desesperam.
Para todos eles, harmonia:
Daquelas que se convertem em canções,
Daquelas que enchem a boca como orações,
Daquelas que ressoam em notas musicais.
Algumas de minhas paixões me entorpecem,
Outras me enjoam.
Nem todos os dias as mesmas cores me agradam.
As rosas rosas me entediam.
As vermelham, cansam-me.
As brancas trazem desconfiança.
Lugar de rosas é jardim e não jarro,
É ar livre, não claustro.
Há em mim fiapos das teias do destino.
Há em mim fiascos de planos abandonados.
Há uma criança que nunca brinda,
Um poeta que nunca dorme,
Um passo que teima em não ser firme
Um coração que nem bate, nem apanha, sangra.
Um pulso que mede o tempo
Que passa: ora corre, ora descansa.
Há em mim um olhar de tela:
finito mirando o infinito,
finito mirando o infinito,
Querendo alcançar a melodia cantada pelos anjos,
As promessas de vida e alma.
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