Cimentos e tijolos:
Formas concretas e firmes.
Nas mãos do pedreiro
O ar dá voltas.
É obrigado a fazer o contorno.
Cuidadoso, o construtor é agente de mudanças.
Muda a paisagem.
Muda o nada em tudo.
Transforma espaço em abrigo.
Papel e caneta:
Traços e rabiscos.
Nas mãos do poeta
As letras se agrupam.
Palavras soltas passam a fazer sentido.
Displicente, o poeta lê toda a gente.
Revela segredos das almas
Que sequer conhece.
Publica os sentimentos encabulados.
Construtores e poetas:
Erguem sonhos, consolidam planos.
Enxergam o fim no branco do papel,
Não sabem onde sua obra terminará,
Desconhecem seus observadores,
Habitam tudo o que constroem,
Sem de fato lá estar.
Cada um a seu modo, carregam nas mãos ferramentas,
Pensamentos, cimentos, moradias de desconhecidos
Que serão gratos pelas obras que lhes dão alento.
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