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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Teimosias




Era um sol teimoso
Que coloria o céu,
Que afastava de nós as horas
Nas quais nos desfizemos em nós,
Desatando nossas vontades,
Experimentando-nos,
Alimentando-nos boca a boca
Como quem ganha força para o novo dia.
Calma, que o sol que nos desperta
Também nos arde.
Calma, que o sol do meio-dia
Há de ser o mesmo que aqueceu nossos lençóis
À meia-noite, à meia-luz.
Calma, amado meu, que mesmo sob esse azul
Todo reflexo são dos olhos seus,
Todas as juras serão suas
E todo café-castanho irá me embriagar.
Calma, amado meu, e contempla o céu
Chamuscado de dourado
Ouve as preces do vento e crê:
Sou aquela que lhe espera no entardecer,
Com brasa nas mãos pra lhe acender,
Que faz da noite seu abrigo,

Do meu seio sua senda.

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