Visitas da Dy

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Luzes Apagadas



Apago as luzes, acendo os sonhos.
Quem dera eu pudesse escolher
As paisagens oníricas em que vou me perder.
Quem estará me aguardando
Quando nos braços de Morpheu eu cair?
Cerro os olhos e não sou mais dona de mim.
Afundo nos lençóis e sou amparada pelos sonhos
Suas mãos se estendem e as recebo
Como quem ganha um presente noturno.
Bailo ao som de músicas ancestrais
Tão aparentemente conhecidas quanto seus olhos de outono,
Olhos de folhas secas,
Que escondem tantas pistas quanto eu poderia descobrir.
Olhos de labirintos,
Nos quais me perco e não quero sair.
Há em mim sua nítida feição
E ela me acompanhará ao raiar do dia.
Esperarei por ela a cada amanhecer.
Ansiosamente em meu entardecer.
Certa de que se não me chega até a meia-noite
Adentrará solene em meus sonhos
Seja errante em meus desertos
Órfãos de versos,
Seja turbulento como os mares
Que cerceio com a palma das mãos,
Seja firme como as árvores das florestas
Nas quais me embrenho distraída.
Espero que me venha como a melhor das ideias
A melhor das sensações,
A mais bela estrela de todas as constelações
Que quase toco com a ponta dos dedos
Depois que apago as luzes no fim do dia
E lanço-me no único lugar em que, de fato,
Posso lhe encontrar.
Que me venham os sonhos,
Onde é real o meu amor,
Onde danço pequenina em suas mãos
Onde estamos ao nosso alcance
E não há dúvidas em que irei pensar
Quando de novo a luz se apagar.


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