Ouve além do vento!
Minha voz sussurra seu nome.
Antes fosse um grito, claro,
forte,
Mas acostumei-me às delicadezas
E faço delas minhas armas.
Aproveito as noites calmas e
quentes
Os iluminados sorrisos da lua
crescente
E peço a ela os meus sonhos:
Os que guardo no travesseiro,
Os que tenho de olhos abertos,
Os que nascem nas madrugadas,
Aqueles que compro na padaria.
Peço dias amenos, noites
tranquilas,
Seus pés no meu caminho.
Nesse céu salpicado de
estrelas,
De histórias incontáveis,
Conto os brilhantes até dormir.
E penso em tudo o que é luz e
som
E que se estende para além do
tempo.
Admiro, ainda mais a ampulheta:
Ela sim, aprisionou aquele que
não para
E que ainda em cárcere,
Não cessa sua jornada.
Agora entendo a areia
Que escorre pelos meus dedos.
Agora entendo as preces
Que se desprendem de meus
lábios.
Ouve além do vento!
É por ele que entenderá os
segredos
Desta e de tantas outras vidas,
Os meus e os de tantas pessoas.
Ouve além do vento!
E se puder reconhecer uma única
voz
Pode ser a de um amor que chama
agora:
Vem!?
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