Injusto é o céu escorrer beleza
Quando minhas mãos
Não estão em conchas
Prontas para lhe apanhar.
Injusta é a hora em que meus olhos abrem
E sobre as linhas que seu corpo emolduram
Não podem pousar.
Injusta a madrugada que abriga seu descanso
E rouba meu sono
Sem o qual desfio horas a lhe desejar.
Injusto é o clarão do meio-dia
Que ofusca minha serenidade
E me entontece com seus risos.
Injustos os passos que nos afastam
E que descruzam nossos caminhos.
Mas haverá justiça
E a pluma de Osíris nos valerá
E todo o belo caberá
Na palma de minhas mãos
Acolhendo os sonhos que tive
De olhos abertos na escuridão.
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