Em seu silêncio, calmaria.
Em meu silêncio, tempestade.
Ou seríamos dois turbilhões
disfarçados?
Nossos olhos, caravelas em
mares distantes,
Se buscam, se encontram e se
perdem.
Ou fugimos das bordas desse Mar
Tenebroso,
Medrosos de um abismo
inevitável?
Deixamos nossas mãos perdidas,
naus à deriva.
Deixamos nossas palavras
silentes,
Estrelas cadentes no céu de
nossas bocas caladas,
Correndo o risco de engasgarmos
com as letras mortas,
Não ditas, inaudíveis,
impronunciáveis.
Não há bússola que nos guie,
Nem carta náutica que nos dê
uma rota.
Não precisamos sequer de um
astrolábio,
Mas do encontro de nossos
lábios.
0 Comentários:
Postar um comentário