Banhou-se no Atlântico,
Desejou bebê-lo,
Acabar com a distância que ele trazia.
Escreveu cartas e colocou-as em garrafas.
Jogou todas no mar.
Os náufragos não leram.
As respostas nunca chegaram.
Rabiscou segredos na areia,
Dedicou suas noites à lua.
Caminhou de Ipanema ao Leblon
Como quem vaga por um deserto,
Ignorando o lamento das águas.
Definhando em sua própria secura interior.
Encheu a Guanabara com suas lágrimas.
Perdeu-se na linha do Equador
Ou pelas pedras noturnas do Arpoador.
Do Alto da Boa Vista, não viu.
Nem Cristóvão, nem Conrado:
Não teve santo que resolvesse.
Era caso de saudade,
De braços cheios de vazio,
De boca seca de beijo,
De dedos sem mãos pra segurar.
Era caso de se encontrar
E nunca mais se separar.
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