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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Primaveril



Enluarou. Estrelou. O lábaro cravejou-se.
Lá do alto eu olha para mim mesmo
Raízes fixas na terra, cabeça no espaço.
Pensava na amada, pés bailarinos,
Que afagavam meu coração com a ponta de seus dedos.
Pisava tão leve que parecia carícia.
Dançava nos meus sonhos.
Raiou o sol. Amanheceu. Venceu aurora.
Primaveril me sorria e abriam-se flores
Ao meio-dia, à meia-noite.
Em meus braços ela faltava,
Mas por dentro eu era cheio.
O vazio se completava com a cor dos seus cabelos.
Eu era oco e pleno.
A brisa era fresca e ardia.
Balbuciei seu nome, canção muda.
Era feliz em minha tristeza,
Era presente em sua ausência.
Era a princesa sem castelo
Eu, o príncipe sem cavalo.
Eu a sonhava jardineira,
Ela zombava de meus planos.
Eu a descobria, novidade.
Ela me reencontrava, sonho delirante.
Parecia noite de verão,

Era entardecer de primavera.

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