Vivo os dias como criança:
Começo em um novembro aniversariante.
Em dezembro recebo encomendas
Que são abertas em um janeiro
De calores e águas,
De ventos e mares,
De férias e esperas de folias.
Foliã de meus fevereiros,
Danço pelos meus dias,
E descanso no Equador de março,
Equinócio de meu outono,
Quando me mudo, me podo, me
renovo.
E me abro em abril em prosa,
Em verso, em rima.
Permito-me uma ou outra mentirinha,
Que vai embora como a moça de
maiô
No mar frio de quase inverno,
Dedilhando flores de maio,
Junho ou julho e suas fogueiras
De santos e padroeiros,
De milhos e pipocas, pescarias
e quentões,
Quentura de corações.
Agosto de Deus sigo meu
caminho.
Compro tinta e pinto a casa,
Pinto o dia, pinto flores, pinto
o sete,
Setembreando os ares
primaveris.
Que seja agora outubro ou nada!
Porque o ciclo se fecha
E o calendário não para.
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