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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Afã



Grave meu nome em seu corpo,
Sinta meu cheiro grudado em sua roupa,
Feche os olhos e me veja mais uma vez.
Aproveite enquanto pode me chamar de sua.
Leia os poemas que fiz e lhe dei.
Aprecie as rimas que escrevi com seu nome.
Leia em mim os versos que nunca me escreveu.
E não me esqueça como um livro em sua estante.
Tateia-me com as pontas dos dedos, leve.
Enxerga-me no frio da madrugada, clarividência noturna.
Toma-me como a um vinho quente,
Aprecia-me diante de uma lareira ou sob seus lençóis.
Envolva-me com seus sonhos, utopia.
Divida-me entre os seus planos de céus quase andurriais
Multiplica-me em seus vaus e teremos passos seguros.
Aceitarei andar pelos seus caminhos.
Combinarei com o sol ou a chuva e do céu cairei.
Mas não deixarei que me escorra,
Que me escape pelos dedos.
Aproveite enquanto ainda há tempo,
Enquanto não nos separamos com o vento.

Enquanto ainda mora aqui dentro.

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