Na certeza de que me lerias,
Ousei escrever-me.
Ousei escrever-me.
Fiz-me em forma de livro,
Diário aberto, folhas ao vento.
Diário aberto, folhas ao vento.
Fiz-me carta.
Papel perfumado, letra
decorada.
Um pouco de poesia passeava pelo branco.
Escrevi-me em azul,
De céu, de mar, de saudade.
De navegar, de sonhar, de esperar.
Enviei-me ao destinatário por completa.
Não era meu nome no envelope.
Eu mesma estava como remetente,
Parte de mim estava agarrada à caligrafia.
Desejei uma resposta que veio tardia.
Desejei uma resposta que veio tardia.
Envelope pardo, comum como o passar dos dias.
Encerraste meu sonho com suas letras,
Encerraste meu sonho com suas letras,
Tudo amarrado em um ponto final.
Era final, não era meu fim.
Peguei o seu ponto e usei-o de trampolim:
Fiz dele meu ponto de partida,
De equilíbrio, de recomeço.
Quem disse que nada pode começar pelo fim?
Era final, não era meu fim.
Peguei o seu ponto e usei-o de trampolim:
Fiz dele meu ponto de partida,
De equilíbrio, de recomeço.
Quem disse que nada pode começar pelo fim?
0 Comentários:
Postar um comentário