Eu desejosa de encontrar um meio de definir a felicidade, de
buscar algo que pudesse se aproximar desse sentimento que vira e mexe me invade,
pus-me a observar as coisas a minha volta.
Encontrei bolhinhas de sabão pelos ares. Sim! São elas as
definições mais perfeitas de felicidade e se somadas a outras coisas simples do
meu cotidiano que explosão de alegrias não encontro!?!
As bolhas de sabão são leves, almas livres, graciosas, que se
deixam levar pelo bel prazer do vento, com toda a sua singeleza, sua
delicadeza. Tomam todo o ar como as músicas que gosto de ouvir. Enchem-me os
olhos como as minhas flores preferidas ou como um quadro de Romero Brito, cheio
de cores.
Elas me fazem esquecer das regras rígidas que me regem e, que,
de certa forma ajudei a criar no dia em que não me opus a elas. Elas rompem a
lógica de que tudo que é solto no ar vai ao chão. Elas dançam harmoniosamente
contrastando com o som bagunçado dos carros, buzinas e correrias que teimam em
entrar pela janela de meu quarto.
Com as bolhas de sabão aprendi a usar cores, muitas cores, para
mostrar que a monocromia traz a monotonia e que o mini arco-íris que elas
carregam é que as deixam tão belas: parecem tão vazias, mas são tão cheias de
cores....
Em certo momento chego a pensar nas bolhinhas como caixinhas que
guardam amores: são frágeis ao toque desavisado de quem as tenta tomar de
súbito. Só conseguem se manter diante da liberdade de seu voo. Podem ainda ser
a embalagem de um sonho, que vê em papel bonito e que precisa ser perseguido,
já que seu curso é indefinido. Alcança-lo e realiza-lo é questão de paciência,
persistência, dedicação e um tantinho de loucura.
Somo as bolhinhas de sabão com as coisas simples: meu vestido
preferido, meu perfume preferido e meu chapéu preferido: sinto-me colorida! Sinto-me
leve! Transformo-me na perseguidora de bolinhas, em palavra nunca antes
pronunciada, só pelo prazer de ter-se mantido em segredo e ser descoberta nos
detalhes.
Com as bolhinhas aprendi a ganhar caminhos livres e a ser mais
autêntica, então, que me venham os chapéus! Adoro chapéus! São os guardiões de
meus pensamentos mais loucos e mais calmos. Ornam minha cabeça, escondem minha
confusão de ideias.
Para definir a felicidade eu usaria, sem dúvidas, bolinhas de
sabão e chapéu com laço de fita. E a explicação é simples: é preciso ser leve
para que se possa fazer o que deseja e o mais importante é se deixar levar sem
dar importância aos olhos que podem nos observar.
Usarei mais chapéus.
Correrei mais atrás de minhas bolhinhas de sabão.
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