Visitas da Dy

sábado, 15 de dezembro de 2012

A busca



Aprendi a viver muitas luas sem que soubesse por onde você andava.
Aprendi a viver uma vida inteira sem saber ao certo se você chegaria.
Aprendi a passar os meus dias numa alegria incompleta, numa espera incerta, sonhando com seus passos pelo corredor, seu sorriso na janela, sua voz ao telefone.
Os dias passaram com a velocidade de gotas em torneira velha: constantes, cadentes, ininterruptos e implacáveis.
Acostumei-me com um vazio diário que já nem sabia se queria que fosse preenchido, tamanha conformidade em meu coração.
Entre vozes e sons e luzes e prédios cinzas cheguei a pensar que havia encontrado o que buscava. Pensei ter chegado ao xis da questão e do meu mapa do tesouro, mas era apenas mais uma pista que me apontava para mais adiante.
A caminhada continua. A busca nunca se finda.
Eu que aprendi a viver com a presença de sua ausência não sei mais o que busco. Não sei mais por onde ando.
Sigo pelos dias como os ponteiros de um relógio no pulso cansado: giram sempre e não saem do lugar. Enquanto isso, lá fora, a vida passa e aqui dentro o café esfria.
Quem é você é só mais uma pergunta da minha extensa lista de questionamentos.

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