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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Perdas de 2012





21 de dezembro de 2012. Essa é a data prevista pelos Maias, povo pré-colombianos habitantes da América bem antes dos brancos-metidos-a-civilizados-europeus chegarem por aqui, para o fim dos tempos.
 Para saber se o mundo vai mesmo acabar ainda temos alguns dias a esperar, mas de qualquer maneira, está sendo um ano de muitas perdas.
Como historiadora não posso deixar de citara grande perda de Eric Hobsbawn: historiador, marxista, fantástico, que inspira milhares de trabalhos, deixando-nos um legado fabuloso.
No cinema, o  ator Michael Clarke Duncan, do filme “À espera de um milagre”, com atuações brilhantes em toda a carreira, que várias vezes me deixou emocionada diante da TV.
Agora quem se vai é Niemeyer, 104 anos, flamenguista, arquiteto e comunista. Mais do que nunca, hoje meu coração é mais vermelho: de uma saudade ainda vindoura dos grandes trabalhos que o grande Oscar poderia ter feito.
Despeço-me dele olhando para as tantas fotos que já tirei no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, da Catedral de Brasília, da própria Brasília, que se mostrou para mim como a concretização, literalmente, de um sonho, o meu sonho de conhecer a capital administrativa do meu país.
Transito diariamente entre o MAC e o Caminho Niemeyer,  lembro saudosa da Pampulha e de Brasília e lamento que tenhamos perdido um talento tão grandioso.
Se o fim do mundo está chegando, nossos bons se adiantaram e nos deixaram mais tristes,  órfãos de suas grandiosidades.
Que 2012 termine logo, sem maiores perdas, por favor!


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