Bateram na
areia
As ondas em
desatino
Levaram com
elas
As linhas do
meu destino
Jogaram-se
violentas
Nos pés de um
penhasco
Desejavam ser
sentidas
Ao contrário,
sequer foram percebidas
Fizeram-se
espuma
As desesperadas
ondas
Queriam ser notadas
Foram, por um
minuto, admiradas
Como se
pareciam com um véu rendado,
Sob o luar
frio de um feriado!
Mas ainda
assim passaram
Sem ter o que
buscavam.
Eu estava
longe das ondas, mas as via
Ali, encolhida
na areia,
Em silêncio eu
as entendia.
O vai e em do
mar me assusta:
Essa busca
incessante me faz tremer.
Deve ser
porque as ondas e eu
Somos feitas
das mesmas coisas:
Água, sal,
busca, sonhos.
Nós nos
entendemos
Porque todos
os dias
Em nosso
caminho
Brincamos de
vai e vem
Sonhando com
algo que esperamos
E nunca vem...