Às vezes acontece de a gente ter um ou outro compromisso
daqueles que nem são dos melhores, mas que são irrecusáveis, porque representam
muito pra você mesmo. E ainda que na hora de sair de casa você pense que não
seria bom ir, você vai.
Temos a certeza de que vai ser chato, demorado,
cansativo, mas a gente vai. E é em um dia desses que alguma coisa acontece e
marca a sua vida pra sempre.
Aconteceu comigo.
Era uma sexta-feira à tarde, eu só conhecia uma pessoa na
sala. Essa pessoa conhecia muitas outras pessoas que foram se conhecendo ali,
ou que já se conheciam. Eu voava.
A tarde foi uma sabatina, uma boa sabatina, meu amigo se
saiu bem, como era de se esperar e saiu com o título de mestre e eu feliz,
voava, sem conhecer ninguém além dele.
Só que no rio de Janeiro as noites são mágicas as pessoas
se conhecem e se aproximam de maneira rápida, intensa, marcante. Conheci muitas
pessoas naquele dia. Uma ia ficar por muito tempo...
Pizzas, bebidas, sinucas, chapéu, batatinha frita, Lapa! Ah,
a Lapa um lugar bom de se conhecer, de se ir, de se divertir... saudades desse
lugar, daquela noite iluminada e cheia de vida, a agitação é tanta que nem se
percebe que já passam das três da manhã e é sempre assim!
O fato é que fiz um novo amigo nesse dia, que trocamos
telefones – eu confesso de meses depois perdi o número! –, trocamos emails, e idéias
e experiências e fomos nos falando, nos
falando e viramos companhias nas muitas madrugadas de aflição que meu ritmo de
vida me impõe com toda essa correria de trabalhar e estudar e escrever e ser
eu!
Nas madrugadas insones lá estava ele! Nas madrugadas em
que eu estava com soninho lá estava ele e eu ficava mais um pouquinho, só pra não
deixa-lo sozinho.
E o mais legal é isso dura até hoje. O mais legal ainda é
que só tem um ano. O mais legal é que só nos vemos duas ou três vezes, mas é
que esse moço é uma daquelas pessoas que quando a gente conhece a gente não
pode deixar passar, a gente precisa ter ao lad, pela companhia, pela alegria,
pela energia, pelo existir.
Há mais ou menos um ano – acho que é menos – eu fiz um
novo amigo que fica lá pelas bandas do Planalto Central, mas que eu vejo quando
vem pelas bandas do litoral, há quase um ano, eu tive o privilégio de conhecer
uma pessoa fantástica. E por muitos anos eu quero poder escrever pra ele todas
as noites, pelo menos um “boa noite”, pra que ele saiba que mesmo que a minha
noite não esteja boa eu sempre desejo que a dele esteja, porque quero um bem
danado pra esse rapaz.
E pelos muitos anos que virão quero poder encontra-lo
mais vezes e quero poder contar essa história – a de como encontrei um amigo
que estava guardado pra em uma sala de aula de Niterói – para muita gente!
Um brinde aos amigos que encontramos pela vida!
Porque ninguém cruza nosso caminho por acaso!