Visitas da Dy

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Procura



Procurei-lhe em cada boca que beijei
– confesso que foram poucas –
E pelas noites adentro te chamei,
Tanto que minha voz fez-se rouca.

Em cada abraço buscava teu perfume
Passava entre braços numa dança interminável
No meio das estrelas imaginava ver teu lume
E meus olhos sentiam de ti uma saudade inesgotável.

No adiantar das horas eu penava
A noite fria me consumia
E, de teimoso, o novo dia raiava.

Ah, como é belo o amor que não se tem
E por teu amor, até morreria...
Só não morro, porque ao final, sei que não vens...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sombra de nós mesmos



Eu não tinha esses olhos tristes,
Essas mãos geladas,
Essas noites sem sono e sem sonhos.
Costumava ser mais alegre antes...
Já não sei onde foram parar as cores,
Será que a tinta acabou?
Olho ao redor e vejo prédios cinzas,
Pretos, beges e brancos.
Anúncios prometem milagres
Vendem de tudo,
Compram-nos a alma.
Onde vamos parar desse jeito?
Nosso destino é mesmo ir às compras?
Estamos fadados aos shoppings centers,
Fast foods, magazines e blá, blá, blá?
Quero de volta as bodegas, quitandas e vendinhas.
Quero praças com casais de namorados,
(novos ou velhinhos)
Quero crianças brincando nas ruas.
Chega de tantos carros!
Essas buzinas me enlouquecem!
Vamos passear no entardecer e tomar sorvete,
Como fazíamos depois da aula,
Lá no século passado,
Que se foi há pouco mais de dez anos.
Experimentamos o progresso
Como quem bebe gotas diárias de veneno.
Morremos lentamente na correria que criamos,
E ainda somos capazes de dizer que somos felizes.
Eu, ah, eu era criança naquele tempo bom...
Eu era criança quando o aparelho celular não existia,
Quando orelhão funcionava com ficha,
Quando bala era troco na vendinha,
Mas eu asseguro:
Já FOMOS felizes.
Hoje vivemos nas sombras de nós mesmo,
E nada mais.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Cabelos de fogo II




Cabelos vermelhos, coração vermelho
Cabelos de fogo, alma que arde
Não tenho sossego e já nem me olho no espelho
Fecho os olhos pra evitar toda essa agonia que me invade!
Não nasceram assim...
Mas ficaram, por opção, por ação.
Enquanto a vida deixava ensinamento para mim
Os cabelos viveram a trasnformação.
Já não podem mais voltar a ser escuros
Não pertencem mais ao tipo comum,
Já não se deixam prender com fitas
Adornam-se com flores.
Não sabem mais o que é a calmaria
O tempo de ilusão findou.
Agora querem voar soltos,
Ao vento se jogam como faíscas.
Querem espalhar sua cor, sua força,
Sua luz, seu furor.

Leve




Quando chove lá fora

Penso que alguém chora dentro de algum lugar.

Penso que a tristeza de alguém é tão grande

Que contagia o céu

E ele chora também...

Quando a porta se abre devagarinho

Penso ser a visita (in)esperada que chega.

Acredito que será aquele sorriso

Com um ramalhete de flores e uma garrafa de vinho.

Toda vez que vejo uma criança

Penso logo em sua mãe,

Em como foi aquele parto que é dor e amor:

Que é revelação da face,

Quase um desembrulhar de um presente...

Quando vejo o dia nublado

E o céu fechado de nuvens

Fecho os olhos e imagino a luta do sol ali por trás

Tentando romper a densidade cinzenta

Só pra brilhar alucinante, mais um raio dourado

E aquecer nossos corações.

Quando vejo alguém chorando

Desejo sempre que seja de alegria,

Que seja choro leve, preciso...

Que seja pra lavar a alma, molhar um sorriso.

Quando vejo alguém sorrir

Acredito que vai contagiar o mundo.

Que o sorriso vai espalhar uma luz ofuscante

E que nossos olhos se modificarão

Se acostumarão a ver só coisas lindas.

Quando sinto o vento no rosto

Sonho em um dia ser como ele:

Leve, leve, leve,

Alegre, calmo, passante pela vida.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

(Des)Construção



Devagar construímos nossas bases
Levantamos cada tijolo daquilo que somos
Sempre nos acreditamos fortes
Difícil é quem se assume fraco.
Eu me assumo.
Construí minhas bases de sonhos
E corri atrás deles todos os dias
Leve, guerreira, apaixonada.
Tive sucesso até quando perdi:
Com as lágrimas que derramei fiz um belo lago,
Hoje, rodeado de flores.
Sento-me em sua margem para refletir.
Ele me mostra que nada é completamente bom sem o mínimo de dor.
A dor dá uma certa leveza na boca depois que passa.
Dá aquela sensação de que se fez tudo,
Se passou por tudo, se viveu tudo.
Confesso que me fiz forte, mas não durou muito.
O bom é se assumir como se é: limitado!
Eu fui. Eu sou.
E assim aprendi, construi, perdi, vivi!

Mariposa




Foi de tanto olhar para os seus olhos que me perdi
Não reparava em mais nada
Só havia a sua luz por todo lugar.
Feito mariposa em noite clara, eu voava
E sempre voltava para você.
Mas os olhos se fecharam.
Se voltaram para outro lado,
Enxergaram luz onde nem vejo tanto brilho assim.
Não, nem é desdém.
É só constatação.
Agora vago pelos dias sem chão
Sem luz, sem a menor direção.
E os seus olhos continuam a brilhar,
Mas não mais pra mim.
E se se cansarem um dia?
E se quiserem de volta ver meu bailado noturno?
Volta-os para mim que vou.
Não pelo que sinto: dor de solidão,
Mas pelo que já senti: amor de perdição.

Da janela






Da janela do meu quarto só vejo o cinza
Paredes de concreto e janelas com cortinas.
Lá embaixo, buzinas.
Aqui dentro, coração apertado.
Cada um tem o que melhor lhe cabe:
Uns alegrias,
Outros, só saudade.
Da janela do meu quarto vejo outros quartos
Persianas descuidadas que esqueceram-se de se fechar.
A moça sonha experimentando vários vestidos,
A criança brinca inocente,
O rapaz fica a olhar para o celular, imaginando se ela vai ligar.
E eu aqui, só a observar.
Da janela do meu quarto vejo o tempo escorrer
Ou melhor, o que vejo é o tempo correr.
Ele vai de passos largos para o fim.
E nós aqui sentados, displicentes,
Lendo jornais e folhetins.
Da janela do meu quarto vejo o horizonte que eu queria alcançar
Vejo o sol se pondo, a noite caindo,
As estrelas chegando, carro se atropelando.
Da janela do meu quarto vejo o que eu queria ser, mas não sou,
Porque perdi o tempo olhando, só olhando,
E me esqueci que na verdade eu deveria estar sendo,
Vivendo, cantando, sonhando, amando.
Vou descer as escadas...
Abandonar a janela.
Talvez ainda dê tempo de salvar os dias que estão por vir
De fazer tudo o que ainda não fiz,
De ser vista e não mais só olhar.
É tempo de mudar...

Do Planalto Central ao Litoral



Às vezes acontece de a gente ter um ou outro compromisso daqueles que nem são dos melhores, mas que são irrecusáveis, porque representam muito pra você mesmo. E ainda que na hora de sair de casa você pense que não seria bom ir, você vai.
Temos a certeza de que vai ser chato, demorado, cansativo, mas a gente vai. E é em um dia desses que alguma coisa acontece e marca a sua vida pra sempre.
Aconteceu comigo.
Era uma sexta-feira à tarde, eu só conhecia uma pessoa na sala. Essa pessoa conhecia muitas outras pessoas que foram se conhecendo ali, ou que já se conheciam. Eu voava.
A tarde foi uma sabatina, uma boa sabatina, meu amigo se saiu bem, como era de se esperar e saiu com o título de mestre e eu feliz, voava, sem conhecer ninguém além dele.
Só que no rio de Janeiro as noites são mágicas as pessoas se conhecem e se aproximam de maneira rápida, intensa, marcante. Conheci muitas pessoas naquele dia. Uma ia ficar por muito tempo...
Pizzas, bebidas, sinucas, chapéu, batatinha frita, Lapa! Ah, a Lapa um lugar bom de se conhecer, de se ir, de se divertir... saudades desse lugar, daquela noite iluminada e cheia de vida, a agitação é tanta que nem se percebe que já passam das três da manhã e é sempre assim!
O fato é que fiz um novo amigo nesse dia, que trocamos telefones – eu confesso de meses depois perdi o número! –, trocamos emails, e idéias  e experiências e fomos nos falando, nos falando e viramos companhias nas muitas madrugadas de aflição que meu ritmo de vida me impõe com toda essa correria de trabalhar e estudar e escrever e ser eu!
Nas madrugadas insones lá estava ele! Nas madrugadas em que eu estava com soninho lá estava ele e eu ficava mais um pouquinho, só pra não deixa-lo sozinho.
E o mais legal é isso dura até hoje. O mais legal ainda é que só tem um ano. O mais legal é que só nos vemos duas ou três vezes, mas é que esse moço é uma daquelas pessoas que quando a gente conhece a gente não pode deixar passar, a gente precisa ter ao lad, pela companhia, pela alegria, pela energia, pelo existir.
Há mais ou menos um ano – acho que é menos – eu fiz um novo amigo que fica lá pelas bandas do Planalto Central, mas que eu vejo quando vem pelas bandas do litoral, há quase um ano, eu tive o privilégio de conhecer uma pessoa fantástica. E por muitos anos eu quero poder escrever pra ele todas as noites, pelo menos um “boa noite”, pra que ele saiba que mesmo que a minha noite não esteja boa eu sempre desejo que a dele esteja, porque quero um bem danado pra esse rapaz.
E pelos muitos anos que virão quero poder encontra-lo mais vezes e quero poder contar essa história – a de como encontrei um amigo que estava guardado pra em uma sala de aula de Niterói – para muita gente!
Um brinde aos amigos que encontramos pela vida!
Porque ninguém cruza nosso caminho por acaso!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Quando canso de ser eu



Quando me canso de ser eu, passo a mão na caneta e começo a escrever. Isso tem acontecido com bastante freqüência nos últimos meses.
Canso de ser eu em vários momentos e a lista se transforma em situações das mais comuns. Só pra que possam dar uma espiada, seguem alguns dos momentos em que fico cansada de mim mesma:
Canso-me de ser eu...
... quando me pego lendo um livro que não faz parte da enorme lista de livros de auto-ajuda que se tornaram sucesso de venda nos últimos anos. Quando esse livro é considerado um clássico da literatura e quase ninguém fala mais nele.
... quando digo que parei de beber porque não acho mais graça nenhuma em ir para um bar e pedir um MilkMocha ou uma Piña Colada ou um Mojito, claro, sem esquecer da minha ex-preferida: a caipiríssima, com uma boa vodka. Agora peço coisas mais saudáveis e bem mais saborosas: suco de morango com laranja, suco de cacau – esse é para o desespero de qualquer garçom!
... quando penso coisas que a maioria não entende como no caso de eu achar que sair pra dançar, pra ir numa roda de samba ou numa festa qualquer, não necessariamente queira dizer que eu tenha que encontrar um mané e beijá-lo. Sair pra dançar pode sim ser só sair pra dançar.
Canso de ser eu quando à noite a minha própria companhia no quarto fica insuportável. Quando penso e repenso nas decisões que preciso tomar e sempre privilegio o outro.
Canso de ser eu quando percebo que valorizo sentimentos que não estão mais na ordem do dia como a lealdade, a amizade, o respeito, a companhia e os abraços.
Também canso de ser eu quando me pego com essa carência danada que me consome e me faz só pensar em ganhar abraços, os melhores do mundo, que param o tempo, que acolhem a gente.
Desses meus momentos, de quando não dou mais conta de ser eu saem uma série de anotações, de apontamentos, de confissões, que aos poucos vão se tornando públicas na medida em que me permito revelar aos que me conhecem, aos que sabem o quanto eu sou de beijos e abraços e música.  Aos que permito que leiam as minhas palavras, aos que tenho o enorme prazer de chamar de amigos.
Hoje estou cansada de ser eu: estou cansada de não saber qual é o meu lugar nesse mundo: se estou no Rio sinta falta das Minas Gerais, se estou nas Minas Gerais sinto falta do Rio, do mar...
Acho que o jeito é me animar com um caderno novo, uma caneta e por o pé na estrada. Descobri que é o fato de subir e descer essa serra que mais me alegra, me faz pensar, me admirar pela natureza e saber que seja subindo ou descendo terei abraços deliciosos me esperando!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Duas Faces




Não se deixe levar pelo meu sorriso. Parece bonito, parece leve, mas não o é.

É disfarce que uso sem cuidados, que não consigo sustentar.

É uma das minhas duas faces: enquanto uma ri, a outra chora, se afoga, só doi.

Felicidade não é condição, É estado. Ninguém é feliz o tempo todo, mas ficamos felizes. Até eu fico. Já são poucos esses momentos, sim! Mas ainda existem.

Quem vê meu sorriso dirá: “É mentira! Ela é feliz!” Coitados... Ainda não aprenderam a ler os olhares.Não entendem que a boca cala aquilo que o olho fala.

Para quem sabe me ler, não só “um pingo é letra”, mas também “um risco é Francisco”: o sorriso de bom dia pode esconder uma noite mal dormida que só quem entende meus olhos vai perceber.

Não, não é autopiedade ou momento de lamentações. É autoconhecimento.

Sei exatamente onde começa minha alegria e onde ela vira tristeza. Sei que cantar espanta os males, que o sol vai brilhar mais uma vez, que a lua some pra se refazer, que o mar nunca está satisfeito e por isso insiste em jogar suas ondas na areia.

Talvez esse seja o motivo para eu ainda sorrir: saber que novos dias estão por vir. Que os olhos falarão tudo o que guarda o coração, que a alma se deixará livre, que o amor vai extrapolar meus sentidos e que passarei mais tempo sendo feliz, porque as lágrimas contidas, e as roladas, servem para alimentar as belas flores de um futuro risonho.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Livro em Branco



É quando eu paro pra pensar em nós que vejo:

Somos um livro!

De páginas em branco, sim!

Páginas amareladas, amassadas, envelhecidas.

Nós que nos prometemos mil histórias,

Que jamais prevíamos um fim,

Não fomos capazes de escrever

Sequer uma linha.

Na ampulheta a areia escorre,

Parece mais rápida a cada grão.

Não é que nos tenha faltado tempo,

Esse foi nosso amigo:

Passou ligeiro em nossa distância,

Foi lento em nossos encontros.

O que faltou não foi papel,

Não foi a tinta,

Muito menos inspiração:

Já que fazia de seus risos os meus

E fazia dos meus abraços o seu sossego.

O que faltou, meu amor,

Foi entendermos o que dizia

O som de cada coração.

Faltou percebermos que o fim chega

Ainda que não comecemos nenhuma história.

Não escrevemos nossos nomes juntos

Por medo de um dia ve-los separados

E agora somos sombras de sonhos,

Poeira sobre a escrivaninha,

Tinteiro vazio.

Folhas ao vento que vai nos levando...

(para cada vez mais longe)

Naufrágio



Cheguei nesse cais com meu navio em chamas

Aportei e o vi queimar lentamente, até naufragar.

Agora não há mais como voltar,

Como atravessar todos os mares que cruzei.

Não pegarei mais as mesmas correntes

Já nem sei quais foram as rotas.

No fundo, acho que elas nem existiam...

Viajei à deriva pro muitas luas,

Encantei pelas estrelas e seu brilho distante

Senti o vento frio a cortar meu rosto.

Passei por terras desconhecidas,

Experimentei sabores exóticos,

Entorpeci-me com sons maravilhosos.

Aqui nessa terra onde ancorei,

Onde tudo parece-me estranho,

Acabei por estabelecer meu porto,

Pra onde volto todos os dias,

De onde vejo o por do sol,

De onde tenho a certeza de que não há volta,

De que não poderei mais partir,

Porque o navio que afundou

Pode até ser substituído,

Mas ele levou meus sonhos, esperanças, tesouros, amor.

Porque outros navios virão e atracarão,

Mas em nenhum deles encontrarei

Aquele que um dia perdi:

minha ilusão!

Asas




Meu coração não tem dono

Tem asas.

Às vezes ele pousa em algum lugar,

Às vezes ele se permite não voar,

Se permite ter um ninho,

Traçar planos,

Olhar na mesma direção.

Ser tarde de domingo

Num eterno verão.

Mas tenha cuidado!

Esse coração é um ser alado

E por isso não gosta de amarras.

Ao menor sinal de nós muito apertados

Ele voa

Deixa tudo para trás

Ruma para o desconhecido

Porque pousar na linha do horizonte

Para ele é mais do que preciso.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Inspiração






Se eu contar que escrevo para você,

O que vai fazer?

Vai ler?

Passará a prestar mais atenção?

Perceberá as sutilezas de cada confissão escondida nas entrelinhas?

Ah, como eu invejava as musas dos poetas!

Ah, como eu inveja os próprios poetas!

Já sonhei em ser musa...

Já sonhei em escrever...

Mas não tenho e nem quero mais esses sonhos!

São doloridos demais:

Uns causam a dor,

Outros a sentem...

Pergunto-me então:

Será possível que só se escreve sob forte emoção?

Sim! É possível!

É por isso que as musas são necessárias!

Para causar o encantamento

Embriagar o seu observador

Entorpece-lo!

(ainda que pela dor)

Porque são os sentimentos

Que nos mostram que estamos vivos

A dor corroi, mas ensina

O coração sofre, mas aprende

E dessa dança infinita

Saem os poemas mais lindos que já li

De amores não vividos,

De sonhos perdidos,

De tempos antigos...

Súplica



Não, não precisa se revelar por completo!

O passado não importa

E agora pode ser o que quiser:

Insensata, fiel, confusa ou serena,

Mas seja LIVRE!

Flor que desabrocha em beleza,

Onda que sempre quer mais,

Que vem à praia e volta ao mar

E parece que nunca se satisfaz...
 

Seja lua, branca, nua,

Amante solitária,

Brilho vazio que acompanha passos boêmios.

Destino de olhares perdidos,

De sonhos enlouquecidos...
 

Seja noite deslumbrante,

Breu inebriante,

Desfile de estrelas.

Silêncio que corrói a alma.

Lembranças de beijos não dados,

De amores negados.


Seja qualquer coisa

Seja o que quiser!

Que me venha intensa, alegre, inteira

Mas que me venha!

Que preencha meus braços

Que me prenda a você com invisíveis laços.

Aconchego



É pela luz dos seus olhos que me guio

É com suas pegadas que faço meu caminho

Em suas mãos depositei meus sonhos

Sob seus pés estendi meus planos

Seja cuidadoso com sua vida:

Dela depende também a minha.

Se fechar seus olhos me perco;

Se parar de andar, fico em desalinho;

Não feche suas mãos para não esmagar meus sonhos;

Pisa de leve nos planos que tracei:

São uma rara tapeçaria e te desenham em seus fios.

Cuida de você,

Cuida de mim com carinho,

Já que dividimos, todos os dias,

O mesmo ninho.