Corri. Corri tanto que me perdi.
Era um abandono de dores.
Era um desvencilhar dos espinhos
Que me rodeavam o corpo.
Engoli o vento, tornei-me feroz
E em grande medida, arredia.
Selvagem alma dançando pra lua,
Na luta entre o ser e o silêncio.
Desrespeitei meus ciclos.
Quis ser linha reta e fixa.
Mirei no horizonte sem perspectivas.
Não faltavam sonhos.
Faltavam respiros.
O sentido do amor. O arrepio.
A coragem da entrega.
O âmago despido e exposto.
Faltava-me o desprendimento do outono.
A revolução arrebatadora.
Faltava o corte na carne
E o sangue jorrando
Pra que eu percebesse o tudo:
Sou de paixões.
E (sobre) viver estava me matando.
Faltava-me ser ventania.
Viver.
0 Comentários:
Postar um comentário