São muitos os perigos
Quando se deseja mais que um instante.
Quando deseja vestir-se de céu.
Quando descobre-se o que pode ser.
Quando a vida inteira cabe num poema.
A velocidade do pensamento,
A queda iminente, o querer-ter
E saber o risco do ter,
Do verbo doído que lembra:
Nada se possui.
Experimento uma eternidade sazonal
Que habita em meus braços
Que deseja seus espaços
Que se perde em casa
E se acha em um acaso qualquer.
E, se for de acasos, que seja:
Os caminhos se cruzam
As histórias se tecem
As mãos se entrelaçam
O risco se esquece.
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