Já era entardecida quando chegou,
Na lua minguante da vida,
Quando as horas se preenchem em si.
(Quando as noites são todas iguais.)
Já era antiga no tempo em que nasci:
Amarelada folha de verso longínquo,
Esquecida em berma de Caminho Novo.
Um ente pairando nos dias
Como quem espera sem saber.
Era preciso ser mais para que me alcançasse:
Ser pouco mais que a vertigem dos inícios.
Ter a coragem de encarar um incêndio
E partilhar das chamas (despertas).
Já era brasa recolhida em inverno
Mas, soube-me (ver) bem além:
Tinha vocações de verão.
Da vida pouco se sabe.
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