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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Versos de Presente

 





Na falta do presente

Que se abre pela ponta dos dedos

Desfazendo embrulhos de seda e fitas,

Cabe-lhe um sobressalto de empréstimo:

Pego, aqui e ali, palavras bobas,

Outras tontas de vinho,

E organizo com dedicada ordem.

Mentira! Eu sou uma desordem!

Que seja!

Pois, que pego palavras que não são minhas,

E juro que agora são suas.

Presente tolo de quem passa horas entre margens

E não sabe o que poderia ser de valor

Eis que oferto desejos:

De luzes e festas, saúdes e sonhos,

E tudo o mais que puder chamar de seu

Para que os novos dias valham a pena

Para que tenha força, coragem 

E conquiste um pedaço de céu.

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